Arquivo para download: Mil Platôs não formam uma montanha, eles abrem mil caminhos filosóficos, entrevista com Gilles Deleuze

Em 1972 aparecia O Anti-Édipo, fruto do encontro de um filósofo, Gilles Deleuze, e de um psicanalista em rompimento com a psicanálise, Félix Guattari. O livro suscitou, sabe-se, debates, comentários, paixões e incompreensões, e ultrapassou largamente o ciclo dos especialistas, para enfim aparecer como um efeito de 68, um fato cultural, onde a psicanálise se achava, pela primeira vez, abalada. Mil Plateaux, anunciado como o segundo volume de Capitalismo e Esquizofrenia não aparece realmente como a continuação do Anti-Édipo, mas o ultrapassou para investir em todos os campos do saber contemporâneo. Livro múltiplo, multiforme, caleidoscópico, polifônico, livro de mil entradas, livro errante, pois, alguns dirão difícil, inacessível mesmo, que em todo caso traduz um verdadeiro trabalho, cujos efeitos não se poderia medir num futuro imediato. Mas não nos enganemos: a despeito do seu aspecto heteróclito, da diversidade das referências, da mistura dos gêneros, esse livro é decerto um livro de filosofia que, definitivamente, faz sistema. Na ausência de Félix Guattari, de quem "Libération" já publicou uma entrevista (cf. "Libération" de 28/29 de junho), nos encontramos com Gilles Deleuze. Para escapar às simplificações e às mutilações que produz por vezes a transcrição do gravador, ele nos propôs uma longa discussão, de onde nasceu o texto que segue.


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