Arquivo para download: Deleuze e Guattari explicam-se (mesa redonda em 1972)
Se é verdade que a revolução social é inseparável de uma revolução do desejo, enquanto a questão desloca-se: em que condições poderá a vanguarda revolucionária libertar-se da sua cumplicidade inconsciente com as estruturas repressivas e frustrar as manipulações do desejo das massas pelo poder, situação esta em que elas chegam a “combater pela sua servidão como se da sua salvação se tratasse”? Se a família e as ideologias familistas exercem, como pensamos, uma função nodal neste assunto, então como apreciar a função da psicanálise que, tendo sido a primeira a abrir tais questões, foi igualmente a primeira a tornar a fechá-las ao promover um mito moderno da repressão familista com o Édipo e a castração? Para avançar nesta direção, parece-nos necessário abandonar uma abordagem do inconsciente através da neurose e da família para adotar o das máquinas desejantes, mais específico do processo esquizofrênico – e que pouco tem que ver com o louco do asilo. A partir daí, impõe-se uma luta militante contra as explicações redutoras e contra as técnicas de sugestão adaptadoras com base na triangulação edipiana.
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