Arquivo para download: O misticismo de Henri Bergson, por Marcilene Aparecida Severino
O filósofo francês Henri Bergson, concebe o misticismo como contraposição ao cientificismo, evolucionismo, materialismo e pragmatismo. Vê na metafísica uma forma que leva ao conhecimento interior da realidade, ou seja, do “conhecimento do espírito pelo espírito”. Segundo Bergson, o misticismo se dá quando um indivíduo rompe com a sociedade fechada e se coloca a serviço de toda humanidade criando assim a sociedade aberta. O primeiro tipo de sociedade consiste numa sociedade regida pela obrigação moral. Tal obrigação não tem sua essência na razão, mas no instinto natural humano para viver em sociedade. Essa obrigação oriunda da pressão social tem como principal objetivo garantir a coesão de um grupo através de normas rígidas que levem os indivíduos a sentirem medo e saírem em busca de proteção e segurança fora de si. Acabam por encontrar refúgio na religião, sendo a mesma formada nos ditames da sociedade fechada e baseada no fetichismo, no medo, na punição e na instabilidade. A este tipo de religião dá-se o nome de religião estática.
Ao segundo tipo de sociedade Bergson denomina sociedade aberta. Trata-se de uma sociedade onde alguns indivíduos do primeiro tipo de sociedade são tomados por um “impulso avassalador” que os leva a romper com o sistema pré-estabelecido. Consoante Bergson, este impulso não é propriamente Deus, mas um arrebatamento súbito que movimenta tudo para frente. É o responsável pela evolução do universo e de tudo que o compõe. Os indivíduos tocados pelo impulso vital são os agentes criadores que transcendem limites e propiciam o desenvolvimento e progresso humano.
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