Arquivo para download: O indivíduo e sua gênese físico-biológica (introdução), de Gilbert Simondon

No domínio do vivo, a mesma noção de metaestabilidade pode ser utilizada para caracterizar a individuação; mas a individuação não se produz mais, como no domínio físico, apenas de maneira instantânea, quântica, brusca e definitiva, deixando atrás de si uma dualidade do meio e do indivíduo, o meio empobrecido do indivíduo que ele não é, e o indivíduo não tendo mais a dimensão do meio. Sem dúvida, tal individuação existe também para o vivo, como origem absoluta, mas é acompanhada de uma individuação perpétua que é a própria vida, conforme o modelo fundamental do devir: o vivo conserva em si uma atividade permanente; ele não só é resultado de individuação, como o cristal ou a molécula, mas também teatro de individuação. A atividade do vivo, por conseqüência, não está toda concentrada em seu limite, como a do indivíduo físico; existe nele um regime mais completo de ressonância interna, que exige comunicação permanente e mantém uma metaestabilidade que é condição de vida. 

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